segunda-feira, 14 de julho de 2008

Duna - Frank Herbert


Duna me fascina desde criança. Cresci ouvindo um amigo mais velho contar histórias de um planeta desértico de onde era extraída uma substância denominada especiaria, altamente disputada entre famílias nobres intergaláticas devido ao seu elevado valor no mercado. Ouvia também sobre os mentats - homens treinados para substituir computadores, escudos que protegiam contra qualquer tiro a longa distância, mas que eram facilmente transpassados por lâminas bem aplicadas aos oponentes, vermes gigantes que perambulavam pelas areias do planeta e muitas outras histórias. Sempre tive vontade de ler Duna, ainda mais após me viciar em jogos de video-game e computador baseados no livro, e passando um dia por um sebo, comprei um exemplar por meros R$10,00 e decidi que havia chegado a hora de encarar as quase 700 páginas da obra.

Para quem não conhece, é disso que trata a obra de Frank Herbert: uma disputa entre os Atreides e os Harkonen pelo domínio do planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Neste primeiro volume (são cinco ao total, além de duas trilogias escritas posteriormente pelo filho do autor), a narrativa gira em torno da vida de Paul Atreides, herdeiro do Duque Leto e legítimo senhor do planeta, que além de lutar contra seus inimigos Harkonen, precisa sobreviver às provações de um planeta onde a água é tão escassa que é preciso até reciclar os líquidos corporais dentro de um traje para se hidratar.

Duna tem uma narrativa um pouco difícil, e pelo menos no início, o leitor tem que buscar o auxílio de um glossário no final do livro repetidamente, devido à grande quantidade de nomes, expressões e termos criados pelo autor, o que torna a leitura pesada e lenta. Mas não torna o livro menos atrativo ou chato, pelo contrário, faz com que o leitor se bitole a cada página no universo criado por Frank Herbert. Pode parecer meio idiota, mas durante os dias em que passei lendo este livro, me envolvi tanto com a história que cheguei a sonhar que era um Atreides lutando contra os Harkonen!

A trama bem elaborada, os personagens carismáticos e os detalhes de um universo insanamente imaginado tornam Duna indispensável para fãs do gênero ficção científica. Mas não sugiro que você leia se esta não é sua praia ou se você não está bem preparado para uma leitura difícil. Mas caso o texto tenha mechido com sua curiosidade e você não queira ler o livro, Duna foi filmado em 1984, com direito a direção de David Lynch e participação de Sting.

Editora: Nova Fronteira
Páginas: 671
Disponibilidade: esgotado
Avaliação: * * * * *

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