quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Turno da Noite, vol.1 - André Vianco

Ouvi falar deste autor através de amigos nerds como eu, que curtem ficção científica, super-heróis, histórias de terror e afins. André Vianco, um escritor que cria histórias de vampiros ambientadas no Brasil. Minha curiosidade cessou quando encontrei um livro seu com desconto no site da livraria que geralmente faço compras. Na verdade eram uma trilogia encadernada e dois outros livros por R$ 80 – o preço cheio é R$ 160. Eu sei que não se compra 5 livros de um autor que nunca se leu, mas, assumo, caí na armadilha da promoção.

Logo que chegaram os livros, fiquei insatisfeito com os dois separados, pois na verdade eram duas histórias em quadrinhos contando as origens dos vampiros da saga de Vianco. Não que eu não goste de quadrinhos, pelo contrário, é meu hobby principal desde que aprendi a ler, o problema é que se trata de uma coisa tão malfeita, com desenhos (pretensamente) no estilo mangá tão ridículos que já estão separados para serem vendidos no Mercado Livre.

Ignorando os gibis medíocres, comecei a ler a tal trilogia, denominada “O Turno da Noite”. Apesar de ser uma continuação de livros anteriores de André Vianco, dá para entender perfeitamente, já que as referências não são obscuras para fãs ardorosos. A história narrada começa com quatro jovens que recentemente foram transformados em vampiros. Sem saber o que fazer e para onde ir, são aliciados por Inácio, outro vampiro mais experiente, recebendo proteção e certos mimos (tipo um apartamento de luxo e algumas bolsas de sangue!) em troca da prestação de certos servicinhos – matar pessoas, todas elas aparentemente más, como traficantes e assassinos de mendigos. Por que Inácio, cheio de poderes vampirescos, precisa de quatro calouros para estes serviços? Até o final da trilogia isto deve ser revelado, mas eu não descobri porque parei logo depois de terminar o primeiro volume (tentei ler algum spoiler na internet, mas parece que ninguém se interessou em escrever sobre este livro...).

É um livro ruim? Não, não chega a tanto. É simplesmente... sem graça. A escrita de André Vianco não é fraca, mas também não se destaca, e a história não é excitante, não prende a atenção, não pede mais. Após a leitura do primeiro volume, perdi completamente o interesse, tentei começar o segundo, mas a leitura foi se arrastando, se arrastando, até que tomei coragem de assumir que fiz merda comprando logo um monte de livros de um autor que só havia ouvido falar bem. Talvez seus livros anteriores, os que o deixaram famoso, sejam melhores, mas talvez a necessidade de lançar livros regularmente tenha feito o autor escrever uma obra fraquinha, e essa foi a primeira impressão que tive, me desestimulando a ler outros de seus livros.

Editora: Novo Século
Páginas: 240
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * *

Livro Digital



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O Lobo das Planícies - Conn Iggulden

Sempre achei fantástica a história de Gêngis Khan, simplesmente por ter sido o homem que formou e comandou o maior império que a humanidade já conheceu. Acompanhando em livros, filmes e programas de TV, passei a admirá-lo como exemplo de força e liderança, sempre buscando mais informações sobre esta grande personalidade, quando foi lançado “O Lobo das Planícies”, primeiro livro da série de Conn Iggulden que apresenta a história de Gêngis Khan na forma de romance, estilo conhecido como ficção histórica.

Comecei a gostar de ficção histórica logo na adolescência, através de um livro chamado “Jovita: Missão Trágica no Paraguai”, mas me encantei mesmo com a série de Bernard Cornwell sobre o rei Artur, resenhada no início deste blog. Com o tempo passei a enjoar do estilo repetitivo deste autor, e buscando novos representantes cheguei a Conn Iggulden.

Em “O Lobo das Planícies”, Conn Iggulden mostra a formação do impiedoso conquistador, desde seu nascimento como filho de um cã (chefe tribal mongol) até suas primeiras vitórias como líder militar, passando por todas as dificuldades e momentos de limiar entre a vida e a morte que o fizeram forte. A impressão que tive com este primeiro livro foi muito boa, seu estilo é agradável, em terceira pessoa (diferente de Cornwell, que narra em primeira pessoa como se todos os seus personagens fossem o mesmo), leve, sem descrições enfadonhas e com uma história que, se não apresenta muitas surpresas, pelo menos diverte e prende o leitor para saber até que ponto a história de Gêngis Khan será mostrada neste primeiro volume da série.

Conn Iggulden começou a se enveredar pela ficção histórica com uma série sobre Júlio César (outro grande conquistador – será essa a fixação do autor?), mas escreveu também um best-seller chamado “O Livro Perigoso para Garotos”, um infanto-juvenil que me surpreendeu após uma rápida folheada na livraria, e que pretendo ler futuramente e dar para meu afilhado quando ele atingir idade suficiente. Certamente este autor foi uma boa descoberta neste ano intenso de leituras.

Editora: Record
Páginas: 419
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * * * *

Livro Digital

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Quarup - Antônio Callado



Quarup é mais um grande clássico da literatura que tentei ler durante este ano cheio de descobertas literárias. Influenciado pelos elogios a este livro de Antônio Callado, peguei-o na biblioteca da escola onde trabalho para verificar se realmente era isso tudo que os outros falam. Mais uma vez me dei mal em cair na propaganda da “alta literatura”. Pode-se argumentar que Quarup é sofisticado, a escrita de Antônio Callado é fina e muito bem trabalhada e que o tema histórico explorado é bastante interessante. Não me oponho a nenhuma das defesas expostas acima, mas... precisava ser tão chato?

A trama do livro se inicia no final do governo Vargas, pouco antes de seu suicídio, e se estende até a ditadura militar. O personagem principal é Nando, um jovem padre pernambucano que sonha em construir uma sociedade indígena baseada nas missões jesuíticas do século XVIII no interior do país, mas com o passar do tempo suas vivências e o contato com a sociedade da capital lhe desiludem e ele vai largando seus ideais e se torna um novo homem.

O pano de fundo não é original (um padre que larga a batina, essa é velha), mas a ligação com a história do Brasil é bem feita e a forma de escrever de Callado é muito bonita, mas teria um efeito mais positivo se o tamanho da história fosse menor. O autor enrola muito, tornando bem difícil a leitura das 601 páginas desta obra clássica. Em alguns trechos, com a boa intenção de passar ao leitor o caos e a velocidade do pensamento dos personagens, o autor alarga um mesmo parágrafo em até cinco páginas! Boa idéia de Antônio Callado, só falta agora algum outro escritor aprimorá-la para não encher tanto o saco de seus leitores. Nem as tantas passagens de sexo e drogas (ainda não tinha rock´n´roll naquela época) são suficientes para amenizar a exaustão mental causada por esta leitura.

Não agüentei ler todo o livro, cheguei até a metade com a sensação de que as coisas não aconteciam e eu estava perdendo meu tempo de outras boas leituras. Minha curiosidade em saber como terminava a história não foi maior que meu tédio, mas graças à uma pesquisa rápida na internet pude dar um ponto final a esta questão e agora tenho uma certeza: Antônio Callado nunca mais!

Editora: Nova Fronteira
Páginas: 601 (se você agüentar até o final)
Disponibilidade: normal
Avaliação: * *