segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Rio Comicon 2010

Terminou ontem a Rio Comicon 2010, um evento internacional de quadrinhos que trouxe gente importante como Milo Manara, Mellinda Gebbie e Kevin O`Neill, além dos maiores quadrinistas brasileiros - Ziraldo, Angeli, OTA, etc. Fui dar uma conferida no sábado, com minha irmã mais nova.
Justificar
O local já foi muito mal escolhido - uma estação de trem desativada e abandonada numa área suja e não muito bem frequentada do Rio, que recentemente vem recebendo este tipo de tentativas de revitalização. Havia atrações noturnas, como as palestras, mas nem considerei acompanhar, pois seria inviável sair desse lugar de ônibus à noite com uma criança (de qualquer forma, é inviável voltar para casa à noite de ônibus no Rio se não for em regiões muito movimentadas da zona sul). A área interna da Estação da Leopoldina também não me pareceu muito adequada, pequena para a quantidade de gente que se acotovelava para conseguir um autógrafo. Sábado à tarde estava cheio demais até para conseguir alcançar algum estande de quadrinhos independentes, só dava para descansar um pouco sentando na beirada da antiga linha do trem ou nas carcaças dos veículos que lá permanecem até hoje.

O evento em si foi bom, porém direcionado para um público muito específico, o de fãs de quadrinhos alternativos, sobretudo a galera que toca fanzines. Alguns pais levaram seus filhos achando que seria um programa legal para eles (no meu caso, minha irmã), mas lá não havia nada de Turma da Mônica ou Super-Heróis. Quase todos os estandes eram de grupos de quadrinistas alternativos, e havia um único espaço de venda de quadrinhos mais conhecidos da Livraria da Travessa, que estava tão cheio ao ponto de os compradores terem que fazer fila para entrar. Fizeram falta grandes editoras de quadrinhos como a Devir e a Conrad, que geralmente fazem ótimas promoções em eventos como esse (e esse foi um dos motivos para que eu fosse no evento). Havia coisas legais para comprar nos estandes de fanzines - comprei um muito bom chamado Samba, depois escrevo sobre ele aqui -, mas não o suficiente.

Eventos como esse são bons para mobilizar o movimento dos quadrinhos no Brasil, mas sendo direcionados para um público específico dessa forma e sem contar com atrativos de maior apelo ao grande público, perdem uma grande oportunidade de popularizar e expandir um mercado que está aí disponível, em cada criança de 8 a 80 anos. Os eventos anuais de animes em São Paulo, como o Anime Dreams (janeiro) e o Anime Friends (julho) com suas dezenas de estandes de produtos em promoção, shows de bandas de rock, sessões de jogos de rpg, luta de espada e pessoas fantasiadas por todos os lados são muito mais divertidos e atraentes. Não deixam de ter suas atrações específicas para fãs radicais, como palestras com dubladores japoneses de desenhos obscuros, mas qualquer um que não tenha esse tipo de conhecimento canônico pode passar um dia inteiro se divertindo lá, o que não aconteceu no Rio Comicon 2010: fiquei pouco mais de meia hora com minha irmã, já que ela não tinha nada o que fazer e nem paciência para ficar em intermináveis filas atrás de autores de quem ela nunca ouviu falar.


Espaço Milo Manara.



Paineis.


Milo Manara autografando (pouco simpático).




Gabriel Bá, Fábio Moon e Rafael Grampá.


Laerte, com seu habitual traje feminino, e o gente-boa Angeli.

4 comentários:

  1. Olá Fernando, você já escreveu algum livro? Ou pretende escrever?

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  2. Hahaha, ainda não. Pretendo escrever sim, mas falta coragem para começar, porque são baseados em ideias bem antigas e lembranças importantes para mim, e não quero desperdiçar escrevendo de maneira tosca, preciso estar bem seguro de como vou escrever. Por enquanto, só contos, que até agora só tive coragem de publicar dois aqui, sendo que um eu apaguei logo depois (na verdade, foi uma crônica sobre uma visita traumática ao maior lixão da América Latina, no ano passado - hoje me arrependo de ter apagado sem salvar no computador). O outro foi sobre minha experiência no hospital, que ainda está aí para quem tiver paciência para ler.

    Considero que estou treinando enquanto escrevo alguns contos e mesmo sobre outros livros aqui nesse blog. Enquanto isso também vou estudando questões de técnicas, estilos, etc, além de conhecer bem sobre todo tipo de livros e autores, para ter uma referência. Não sei se um dia vou conseguir escrever algo de qualidade, só planejo que seja algo honesto, enquanto eu não tiver essa noção de que as coisas vão andar assim, não vai sair nada da minha cabeça para o papel.

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  3. Legal, quando você escrever, pode ter certeza que vou ser um dos primeiros a ler seu livro, rsrs.

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