"Acabei de dar um check-up geral na situação, o que me levou a reler Alice no País das Maravilhas". Assim começa a música "Check-up" do Raul Seixas, e curioso em saber o que o Maluco Beleza viu nesta história infantil para citá-la numa de suas músicas, corri atrás do texto integral e há alguns anos encontrei "Alice: Edição Comentada". Acabou que o livro foi ficando na fila de espera, aos poucos saiu dela para dar lugar a outros e ficou quase uma década esperando na estante. Agora, com a iminência do lançamento do novo filme de Tim Burton e seu amiguinho Johnny Depp, a curiosidade voltou, e lá estava o livro, novinho e pronto para ser lido.
Reli e ao mesmo tempo li pela primeira vez. Reli porque já ouvi essa história durante toda a minha infância (ainda lembro claramente da voz da Rainha de Copas dizendo "Cortem-lhe a cabeça!" na fita k7), mas li pela primeira vez o texto original. E li uma ótima edição, feita para adultos, cheia de comentários e explicações feitas por gente que passa a vida toda estudando "Alice" e as outras obras de Lewis Carroll.
Não sei se no embalo do lançamento do filme alguma editora já lançou uma nova edição de "Alice no País das Maravilhas", mas acho difícil lançarem algo mais completo do que essa edição comentada (talvez só alguma edição bilíngue com o texto em inglês). As notas explicam tudo, de referências que Carroll faz a situações do mundo real a elucidações de seus joguetes lógico-matemáticos, sua especialidade. Todas as fantásticas ilustrações originais de John Tenniel também estão presentes, com comentários quando se fazem necessários. "Alice: Edição Comentada" contém ainda a continuação de "Alice no País das Maravilhas", chamada "Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá", e um episódio inédito chamado "O Marimbondo de Peruca". Ao final do livro, estão os esboços originais de Tenniel, uma bibliografia de Carroll e seus analistas e uma lista de filmes e desenhos baseados na obra.
Se vivesse hoje, Lewis Carroll certamente estaria em evidência na mídia e respondendo a vários processos por pedofilia, tipo um Michael Jackson, por causa de sua forte atração por garotinhas (e ódio aos garotinhos). Na época, isso não tinha o mesmo peso que nos nossos dias, mas ainda assim o matemático escritor foi impedido de entrar em contato com a Alice da vida real pela mãe da menina (para quem não sabe, ela existiu, e para ela o livro foi escrito), após Carroll sugerir um pedido de casamento com a criança de 11 anos. Independente de suas taras (que seus biógrafos insistem em relevar e considerar algo puramente afetivo) ou de qualquer outra esquisitice de sua vida (que não eram poucas), foi esta figura que criou este clássico da literatura não só infantil (inovador neste aspecto por ser a primeira história feita para crianças que não se preocupava em apresentar uma "moral da história" ao final), mas principalmente de fantasia, banhada em enigmas lógicos e matemáticos, num mundo louco que precedeu Terra Média, quadros de Salvador Dalí, contos de Borges, psicodelismo... E uma ótima maneira de conhecer esse mundo é através de "Alice: Edição Comentada".
Reli e ao mesmo tempo li pela primeira vez. Reli porque já ouvi essa história durante toda a minha infância (ainda lembro claramente da voz da Rainha de Copas dizendo "Cortem-lhe a cabeça!" na fita k7), mas li pela primeira vez o texto original. E li uma ótima edição, feita para adultos, cheia de comentários e explicações feitas por gente que passa a vida toda estudando "Alice" e as outras obras de Lewis Carroll.
Não sei se no embalo do lançamento do filme alguma editora já lançou uma nova edição de "Alice no País das Maravilhas", mas acho difícil lançarem algo mais completo do que essa edição comentada (talvez só alguma edição bilíngue com o texto em inglês). As notas explicam tudo, de referências que Carroll faz a situações do mundo real a elucidações de seus joguetes lógico-matemáticos, sua especialidade. Todas as fantásticas ilustrações originais de John Tenniel também estão presentes, com comentários quando se fazem necessários. "Alice: Edição Comentada" contém ainda a continuação de "Alice no País das Maravilhas", chamada "Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá", e um episódio inédito chamado "O Marimbondo de Peruca". Ao final do livro, estão os esboços originais de Tenniel, uma bibliografia de Carroll e seus analistas e uma lista de filmes e desenhos baseados na obra.
Se vivesse hoje, Lewis Carroll certamente estaria em evidência na mídia e respondendo a vários processos por pedofilia, tipo um Michael Jackson, por causa de sua forte atração por garotinhas (e ódio aos garotinhos). Na época, isso não tinha o mesmo peso que nos nossos dias, mas ainda assim o matemático escritor foi impedido de entrar em contato com a Alice da vida real pela mãe da menina (para quem não sabe, ela existiu, e para ela o livro foi escrito), após Carroll sugerir um pedido de casamento com a criança de 11 anos. Independente de suas taras (que seus biógrafos insistem em relevar e considerar algo puramente afetivo) ou de qualquer outra esquisitice de sua vida (que não eram poucas), foi esta figura que criou este clássico da literatura não só infantil (inovador neste aspecto por ser a primeira história feita para crianças que não se preocupava em apresentar uma "moral da história" ao final), mas principalmente de fantasia, banhada em enigmas lógicos e matemáticos, num mundo louco que precedeu Terra Média, quadros de Salvador Dalí, contos de Borges, psicodelismo... E uma ótima maneira de conhecer esse mundo é através de "Alice: Edição Comentada".
Editora: Jorge Zahar
Páginas: 303
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * * *
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