Quando se pensa em História contemporânea, não há personalidade viva mais famosa que Eric Hobsbawm. Em seus 92 anos, teve tempo para escrever sobre muita coisa interessante, como jazz, movimentos sociais, marxismo e nacionalismo, mas o que mais o deixou em evidência foi sua série sobre o mundo contemporâneo, desde 1789 até os dias de hoje, divididos em quatro eras.
A primeira delas é a Era das Revoluções (1789-1848), primeiro livro da série que trata do início do mundo contemporâneo através das duas revoluções que viraram ao avesso tudo que existia antes: a revolução social (Revolução Francesa) e a revolução técnica (Revolução Industrial). A segunda foi denominada Era do Capital (1848-1875), quando o sistema capitalista se estabelece de vez, iniciada logo após a última tentativa de revolução que ameaçou sua sobrevivência (a Primavera dos Povos). A terceira era foi batizada de Era dos Impérios (1875-1914), quando o capitalismo se desenvolve e assume sua nova face, com a extrapolação do sistema de exploração de capitalistas sobre trabalhadores europeus para o resto do mundo. A última das eras é a chamada Era dos Extremos (1914-1991), quando todo esse sistema capitalista, aparentemente solidamente estabelecido, é abalado em várias frentes, e o pandemônio se estabelece na História.
Em princípio, a série seria uma trilogia, terminando na Era dos Impérios, e por isso os três primeiros livros têm estrutura muito parecida, apresentando primeiramente uma análise dos acontecimentos do período, e uma segunda parte discorrendo sobre temas específicos como a terra, o trabalho, as artes, a ciência e a religião. São livros um pouco complexos para quem não tem contato com a área, incorrendo em referências específicas e linguagem pouco popular, mas sem chegar a um ponto de impedimento aos leigos. Todos os três contam com volumosos cadernos de ilustrações.
A Era dos Extremos, apesar de fazer parte da História contemporânea, é uma reviravolta radical ao sistema em vigência anteriormente, assim como o livro se diferencia dos demais da série. Escrito em linguagem mais acessível, e tratando de temas cronologicamente mais próximos de qualquer leitor (até quem está nos seus vinte e poucos anos se lembra de alguns fatos tratados no livro) e, em minha opinião, muito mais interessantes, a conclusão da série de eras de Hobsbawm é, ao mesmo tempo, um excelente livro para quem quer se inteirar de aspectos fundamentais do nosso mundo, como para estudos mais profundos. É leitura obrigatória para formandos em História, bibliografia certa em concursos da área e muito utilizado por pesquisadores, mesmo de áreas distintas, quando fazem citações históricas. Não obstante, é uma leitura muito prazerosa.
Eric Hobsbawm nasceu no Egito britânico em 1917, viveu boa parte do período sobre o qual escreve, sendo militante da esquerda. Uma história parecida com a do rei da arquitetura, Oscar Niemeyer, e assim como ele, continua ocupando o trono de rei em sua área enquanto estiver vivo.
Editora: Paz e Terra (os 3 primeiros) e Companhia das Letras (Era dos Extremos)
Páginas: 600, 540, 608 e 598
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * * * *
Livro Digital "A Era dos Extremos"
A primeira delas é a Era das Revoluções (1789-1848), primeiro livro da série que trata do início do mundo contemporâneo através das duas revoluções que viraram ao avesso tudo que existia antes: a revolução social (Revolução Francesa) e a revolução técnica (Revolução Industrial). A segunda foi denominada Era do Capital (1848-1875), quando o sistema capitalista se estabelece de vez, iniciada logo após a última tentativa de revolução que ameaçou sua sobrevivência (a Primavera dos Povos). A terceira era foi batizada de Era dos Impérios (1875-1914), quando o capitalismo se desenvolve e assume sua nova face, com a extrapolação do sistema de exploração de capitalistas sobre trabalhadores europeus para o resto do mundo. A última das eras é a chamada Era dos Extremos (1914-1991), quando todo esse sistema capitalista, aparentemente solidamente estabelecido, é abalado em várias frentes, e o pandemônio se estabelece na História.
Em princípio, a série seria uma trilogia, terminando na Era dos Impérios, e por isso os três primeiros livros têm estrutura muito parecida, apresentando primeiramente uma análise dos acontecimentos do período, e uma segunda parte discorrendo sobre temas específicos como a terra, o trabalho, as artes, a ciência e a religião. São livros um pouco complexos para quem não tem contato com a área, incorrendo em referências específicas e linguagem pouco popular, mas sem chegar a um ponto de impedimento aos leigos. Todos os três contam com volumosos cadernos de ilustrações.
A Era dos Extremos, apesar de fazer parte da História contemporânea, é uma reviravolta radical ao sistema em vigência anteriormente, assim como o livro se diferencia dos demais da série. Escrito em linguagem mais acessível, e tratando de temas cronologicamente mais próximos de qualquer leitor (até quem está nos seus vinte e poucos anos se lembra de alguns fatos tratados no livro) e, em minha opinião, muito mais interessantes, a conclusão da série de eras de Hobsbawm é, ao mesmo tempo, um excelente livro para quem quer se inteirar de aspectos fundamentais do nosso mundo, como para estudos mais profundos. É leitura obrigatória para formandos em História, bibliografia certa em concursos da área e muito utilizado por pesquisadores, mesmo de áreas distintas, quando fazem citações históricas. Não obstante, é uma leitura muito prazerosa.
Eric Hobsbawm nasceu no Egito britânico em 1917, viveu boa parte do período sobre o qual escreve, sendo militante da esquerda. Uma história parecida com a do rei da arquitetura, Oscar Niemeyer, e assim como ele, continua ocupando o trono de rei em sua área enquanto estiver vivo.
Editora: Paz e Terra (os 3 primeiros) e Companhia das Letras (Era dos Extremos)
Páginas: 600, 540, 608 e 598
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * * * *
Livro Digital "A Era dos Extremos"
Excelente análise das obras deste renomeado autor: Eric Hobsbawm. Ele dá ênfase à historia contemporânea e inspira a escrita de outros historiadores sobre o assunto. Em suma a postagem é digna de nota.
ResponderExcluirObrigado!
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