No início da década de 1970, os Rolling Stones já haviam feito sua fama mundialmente como – além de excelentes músicos – jovens sujos, maus e drogados. A polícia os perseguia regularmente para apreender alguma droga e aparecer na capa dos jornais, e o fatídico show em que um Hell´s Angel que fazia a segurança assassinou um jovem de 17 anos já havia chocado o mundo. Nada disso fazia os Stones temerem qualquer tipo de repressão, fosse da mídia ou da polícia, até eles descobrirem que o leão do imposto de renda do Reino Unido morderia uma fatia absurda de seus rendimentos – mais de 90%!
Contra essa ameaça que nada se pode fazer – nem Al Capone se safou – os Stones decidiram se mandar para a França e lá gravar o próximo disco de estúdio de sua carreira – Exile on Main St. Tinha tudo para ser um paraíso na Terra: se mudar para um balneário mundialmente famoso, como é ainda hoje o sul da França, chamar todos os amigos e tocar rock´n´roll até dizer chega, quem não quer uma vida dessas? Pensando dessa maneira simplista, parece ser o melhor dos mundos, mas analisando mais precisamente o que se passou naquele verão – as drogas, os desentendimentos, os acidentes, o sexo e os problemas com os traficantes e a polícia francesa – fica-se boquiaberto em como foi feito um dos discos mais míticos da história do rock – e como é que todas as pessoas envolvidas neste evento conseguiram sobreviver.
Em “Uma Temporada no Inferno com os Rolling Stones – Exile on Main St.”, Robert Greenfield destaca esta passagem da gloriosa e turbulenta carreira do Stones. Narrado de forma descontraída (às vezes chegando ao ponto da grosseria), os personagens são apresentados como se fosse uma peça de teatro, um filme ou um romance, já que, além dos fatos mostrarem-se dignos de um roteiro fantástico, o tempo (além das drogas) fez com que ninguém se lembre ao certo o que é verdade e o que é lenda – há versões contraditórias em diversos depoimentos das pessoas envolvidas. Keith Richards é o herói (ou anti-herói), Anita Pallenberg a atriz principal, Mick Jagger quase um vilão, e Brian Jones o fantasma. Os coadjuvantes são todos os outros que estiveram presentes em Villa Nellcote, a casa de Keith Richard na França, e o momento era o início da década de 1970, quando os principais expoentes do rock´n´roll morriam de overdose e o sonho se esfacelava. Em meio a todos os problemas enfrentados, desde as drogas até o sumiço de Mick Jagger, que havia acabado de se casar, surge nos porões úmidos de Villa Nellcote a lenda de Exile on Main St., que permitiria aos Stones, ferrados financeiramente, iniciar uma nova turnê pelos Estados Unidos e se reestruturar.
O livro de Greenfiled tem o mérito de apresentar esta fabulosa história de forma clara e divertida, além do que aconteceu depois com todos os envolvidos e com o disco, mas na minha opinião sua obra peca em dois pontos: 1- apesar de descontraída e fácil de ler, sua escrita às vezes é bastante estúpida, criticando sem cerimônia algumas pessoas envolvidas na história e alguns autores que escreveram sobre os Stones antes dele – e que supostamente erraram em algum detalhe da historia, e 2- o livro não foca quase nada na parte técnica, no processo de criação e na produção das músicas, não interpretando o sentido de letras de músicas ou o contexto das gravações, o que aprecio em livros sobre bandas de rock e senti falta. Mas estes são detalhes que não tiram por completo o valor do livro e a diversão em lê-lo, e recomendo a todos os fãs de rock sua leitura.
Contra essa ameaça que nada se pode fazer – nem Al Capone se safou – os Stones decidiram se mandar para a França e lá gravar o próximo disco de estúdio de sua carreira – Exile on Main St. Tinha tudo para ser um paraíso na Terra: se mudar para um balneário mundialmente famoso, como é ainda hoje o sul da França, chamar todos os amigos e tocar rock´n´roll até dizer chega, quem não quer uma vida dessas? Pensando dessa maneira simplista, parece ser o melhor dos mundos, mas analisando mais precisamente o que se passou naquele verão – as drogas, os desentendimentos, os acidentes, o sexo e os problemas com os traficantes e a polícia francesa – fica-se boquiaberto em como foi feito um dos discos mais míticos da história do rock – e como é que todas as pessoas envolvidas neste evento conseguiram sobreviver.
Em “Uma Temporada no Inferno com os Rolling Stones – Exile on Main St.”, Robert Greenfield destaca esta passagem da gloriosa e turbulenta carreira do Stones. Narrado de forma descontraída (às vezes chegando ao ponto da grosseria), os personagens são apresentados como se fosse uma peça de teatro, um filme ou um romance, já que, além dos fatos mostrarem-se dignos de um roteiro fantástico, o tempo (além das drogas) fez com que ninguém se lembre ao certo o que é verdade e o que é lenda – há versões contraditórias em diversos depoimentos das pessoas envolvidas. Keith Richards é o herói (ou anti-herói), Anita Pallenberg a atriz principal, Mick Jagger quase um vilão, e Brian Jones o fantasma. Os coadjuvantes são todos os outros que estiveram presentes em Villa Nellcote, a casa de Keith Richard na França, e o momento era o início da década de 1970, quando os principais expoentes do rock´n´roll morriam de overdose e o sonho se esfacelava. Em meio a todos os problemas enfrentados, desde as drogas até o sumiço de Mick Jagger, que havia acabado de se casar, surge nos porões úmidos de Villa Nellcote a lenda de Exile on Main St., que permitiria aos Stones, ferrados financeiramente, iniciar uma nova turnê pelos Estados Unidos e se reestruturar.
O livro de Greenfiled tem o mérito de apresentar esta fabulosa história de forma clara e divertida, além do que aconteceu depois com todos os envolvidos e com o disco, mas na minha opinião sua obra peca em dois pontos: 1- apesar de descontraída e fácil de ler, sua escrita às vezes é bastante estúpida, criticando sem cerimônia algumas pessoas envolvidas na história e alguns autores que escreveram sobre os Stones antes dele – e que supostamente erraram em algum detalhe da historia, e 2- o livro não foca quase nada na parte técnica, no processo de criação e na produção das músicas, não interpretando o sentido de letras de músicas ou o contexto das gravações, o que aprecio em livros sobre bandas de rock e senti falta. Mas estes são detalhes que não tiram por completo o valor do livro e a diversão em lê-lo, e recomendo a todos os fãs de rock sua leitura.
Editora: Jorge Zahar
Páginas: 241
Disponibilidade: normal
Avaliação: * * * *
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